Quem somos

Contexto

A Civil Preparedness, ou seja, a capacidade de uma nação continuar a ter capacidade para garantir o fornecimento dos serviços essenciais à sua população, é um pilar central para o aumento da resiliência perante situações de crise de todas as nações aliadas, e um fator essencial para a defesa coletiva da Aliança, como tal a NATO apoia os Aliados na sua avaliação e reforço. Este conceito é já inferido no artigo 3.º do Tratado do Atlântico Norte , sendo que a resiliência nacional e coletiva de cada uma das nações aliadas, é a base essencial para uma dissuasão e defesa credíveis, sendo, por conseguinte, vital para os esforços da NATO em salvaguardar as suas sociedades, populações e valores partilhados.

O Conselho Nacional de Planeamento Civil de Emergência (CNPCE) relaciona-se com a NATO, principalmente através do Comité de Resiliência da NATO. Este comité desempenha um papel crucial na coordenação de esforços para fortalecer a resiliência das nações aliadas, promovendo a colaboração entre setores críticos da sociedade, aumentando assim a capacidade de resposta a crises de cada uma destas.

O CNPCE atua como um elo entre Portugal e a NATO no que diz respeito à implementação de políticas de planeamento civil de emergência. Este papel envolve a integração de diretrizes emanadas pela NATO na elaboração e atualização, dos planos nacionais, garantindo deste modo que Portugal está alinhado com os padrões de resiliência estabelecidos pela organização.

Esta colaboração entre o CNPCE e a NATO, reflete o compromisso de Portugal em contribuir para uma segurança coletiva e a manutenção de uma estabilidade global.

Comité de Resiliência
Comité de Resiliência

O Comité de Resiliência da NATO é um órgão estratégico que responde diretamente ao Conselho do Atlântico Norte (NAC) e é responsável pela manutenção do ciclo de planeamento e revisão da resiliência na NATO, incluindo a definição, avaliação, revisão e monitorização dos objetivos de resiliência para orientar o desenvolvimento destes objetivos a nível de cada uma das nações, assim como os planos de execução relativos a estes. O comité assegura uma perspetiva de whole - of - governement e whole-of-society em todo o espectro de atividades conduzidas pela Aliança no âmbito da resiliência. Além disso, coordena ainda com as autoridades militares da NATO e outros comités que lidam com uma agenda mais vasta em matéria de resiliência.

O papel do comité inclui ainda a supervisão das atividades do Euro-Atlantic Disaster Response Coordination Centre (EADRCC), que atua como ponto focal na coordenação do auxílio em caso de desastres em nações aliadas, países parceiros ou nos quais a NATO esteja empenhada em operações militares.

O CNPCE contribui ativamente para essas atividades, através do alinhamento das iniciativas nacionais com os "Seven Baseline Requirements for Civil Preparedness" da NATO, os quais estabelecem as bases para a resiliência coletiva.

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Este grupo desenvolve estratégias para assegurar a continuidade das comunicações civis em situações de emergência, abordando questões como cibersegurança e redundância de sistemas. A sua atuação inclui a implementação de soluções tecnológicas inovadoras e a promoção da interligação entre sistemas nacionais e internacionais. O grupo também avalia riscos associados à dependência de infraestruturas digitais, propondo mecanismos de backup e sistemas de redundância. Em Portugal, o CNPCE coordena com operadores de telecomunicações para garantir que as diretrizes da NATO sejam plenamente implementadas.

É o grupo responsável pela elaboração de planos para a proteção da população civil, incluindo a resposta a desastres naturais, ataques terroristas e outras crises, através do planeamento com vista ao garante da continuidade governativa assim como a capacidade de lidar com situações de movimento não-controlado de pessoas de cada uma das nações.

Este grupo foca-se na continuidade do fornecimento de energia e salvaguarda dos recursos energéticos das nações da NATO, identificando vulnerabilidades e propondo soluções para mitigar riscos nas redes energéticas. O objetivo é garantir que as infraestruturas críticas de energia permaneçam funcionais mesmo em situações de crise.

Este grupo aborda questões relacionadas com a segurança alimentar (ambos safety and security), garantindo a continuidade da produção e distribuição de alimentos durante crises. É este grupo que também é responsável, pela resiliência nas questões relacionadas com a água.

Este é o grupo cujo foco é, a preparação para fazer face a emergências de âmbito sanitário, onde se pode incluir pandemias, bioterrorismo e cenários onde seja necessário lidar com mass causalties, como um terramoto, tornado, ou outra qualquer intempérie com potencial para causar muitas vítimas. Através deste grupo é promovida uma cooperação entre sistemas de saúde dos estados-membros, assegurando uma resposta eficaz a ameaças sanitárias.

O sexto e último grupo, dedica-se ao planeamento da resiliência em redes de transporte, assegurando o movimento de bens e pessoas durante crises nos seus três grandes domínios, o transporte terrestre, o transporte marítimo e o transporte aéreo. O foco inclui a manutenção das infraestruturas e a prevenção de interrupções do fluxo de movimento.

Peritos

Como foi referido anteriormente, os grupos de trabalho contam com a participação de peritos altamente qualificados, provenientes do mundo académico e de instituições estatais ou privadas. Estes especialistas, altamente qualificados, contribuem com o seu conhecimento científico e experiência profissional no desenvolvimento das diversas atividades dos grupos a que estão adstritos, permitindo a elaboração de soluções alinhadas às necessidades globais e locais no âmbito da resiliência da NATO. Atualmente, Portugal tem quatro especialistas nos grupos NATO, dois no Civilian Protection Group, um elemento no Joint Health Group e por último, um perito no Food and Agriculture Planning Group.

Peritos

Objetivos de Resiliência

Os "Seven Baseline Requirements for Civil Preparedness" são diretrizes estabelecidas pela NATO com o objetivo de fortalecer a resiliência dos países membros. Esses requisitos abrangem áreas essenciais para assegurar que uma nação possa continuar a funcionar durante uma situação de crise, como ataques híbridos incapacitantes, catástrofes naturais ou outras emergências de segurança nacional. Cada requisito aborda um pilar específico, desde a continuidade governamental e segurança energética até a proteção de infraestruturas críticas e a capacidade de comunicação em situações extremas.

Estes requisitos, embora não sendo obrigatórios e vinculativos, servem como um padrão para que os países membros avaliem, aprimorem e harmonizem as suas capacidades de resiliência. São então projetados para garantir que os estados membros possam proteger a sua população e infraestruturas críticas, colaborar de forma eficaz com aliados e responder rapidamente a ameaças.

Além disso, os " Seven Baseline Requirements for Civil Preparedness " promovem a interoperabilidade entre as nações da NATO, facilitando uma resposta conjunta a crises que possam transcender fronteiras. Através do cumprimento destas diretrizes, os países alinham-se com uma visão comum de preparação e defesa, assegurando que estão prontos para enfrentar desafios modernos e que as suas populações estão protegidas. Por tudo o que foi aqui apresentado, entende-se que estes, são um elemento central, da estratégia de resiliência coletiva da NATO.

De forma mais detalhada, os Seven Baseline Requirements for Civil Preparedness, são os seguintes:

a. Continuidade governativa: Garantir que funções governamentais essenciais permaneçam ativas mesmo em situações de crise. Isso envolve a criação de sistemas de comando alternativos, protocolos de comunicação seguros e planos de substituição de lideranças. O CPG lidera os esforços para coordenar autoridades locais e nacionais, realizando simulações regulares para testar a eficácia dos planos;

b. Resiliência energética: Trabalhar para diversificar fontes de energia e garantir o fornecimento contínuo em crises. Liderado pelo EPG, inclui o fortalecimento de redes energéticas, a adoção de tecnologias de energia renovável e a proteção contra ameaças ciber;

c. Movimento descontrolado de pessoas: Gerir deslocamentos de migrantes em massa durante qualquer tipo de crise instalada, criando para isso, sistemas de acolhimento e redes de transporte resilientes. O JHG e TG são os principais responsáveis por estabelecer estas capacidades;

d. Segurança alimentar e hídrica: Garantir a produção e distribuição contínuas de alimentos e água potável durante crises. Liderado pelo FAPG, este objetivo engloba a criação de reservas estratégicas e o fortalecimento das cadeias de abastecimento;

e. Capacidade para lidar com cenários de mass casualties: Garantir que os sistemas de saúde nacionais estão aptos a lidar com emergências sanitárias, como pandemias, bioterrorismo ou outro qualquer evento que se preveja que cause um elevado número de baixas. Liderado pelo JHG, abrange o aumento de capacidade de camas nos hospitais, o treino de médicos para situações de crise e a garantia de que existem stocks de equipamento e medicamentos em quantidade suficiente e em seguranças;

f. Comunicações civis resilientes: Garantir que sistemas de comunicação permanecem funcionais em situações de crise. Liderado pelo CCPG, este objetivo inclui o desenvolvimento de sistemas redundantes de comunicações, sistemas estes que devem permitir a priorização de acesso a autoridades nacionais. Além disso, este objetivo aborda ainda a proteção contra ataques ciber e os sistemas de aviso e alerta às populações;

g. Rede de transportes resiliente: Assegurar que as forças NATO conseguem atravessar rapidamente todo o território da Aliança e que os serviços civis podem usufruir da rede de transporte, mesmo em situações de crise.

Atividades (workshops, exercícios)

Realizou-se entre 09 e 15 de março de 2023. Este exercício envolveu pessoal civil e militar das nações aliadas, da Filândia e Suécia.

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Foi o maior exercício internacional de ciberdefesa do mundo, organizado pelo NATO Cooperative Cyber Defence Centre of Excellence (CCDCOE).

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